quarta-feira, 24 de julho de 2013

33 semanas e a hora de parir

Taí, 33 semanas. Dores presentes, falta de ar cada vez maior, quilos aparecendo mais rápido (até agora foram 8 quilos a mais), um pequeno inchaço no pés, eu cada vez mais desastrada, sexo mais complicado (meus seios já são da Alice. Colostro e sensibilidade – a gente vê por aqui) semanas voando e a hora chegando. Foto da barriga, foto das veias nos seios. Tudo para guardar de lembrança. A bunda tá grande e firme. Barriga bem esticada, parece que vai explodir e sem estrias. Dizem que ainda vão aparecer, mas luto contra me lambuzando de óleo. Baby Fruta gordinha acima da média com mais de 2,200kg, em torno de 42cm. É a Baby Abacaxi.

E enquanto a Baby Abacaxi chuta e revira, meu humor às vezes some e acho que começo a ficar ansiosa com o momento do parto, já que a pergunta “vai ser normal ou cesárea?” é algo que eu tenho ouvido bastante, inclusive de pessoas que NUNCA vi na vida que me param na rua para saber esta questão. Então, na minha inocência e alegria de quem vai botar um ser humano neste mundo, respondo que quero normal e vejo caretas e exclamações.

Até pessoas amigas, que dizem apoiar a decisão, acabam que sabem de um caso de uma fulana que quase perdeu o bebê, porque ela esperou pra “dar normal” e o bebê fez cocô. Sem falar no bebê que comeu cocô e teve que passar por uma lavagem. Sem falar que parto normal dói demais e “acho que você não vai aguentar”. Sem falar que “minha amiga teve parto normal com a mesma médica sua e a médica quebrou o bracinho do neném”. Sem falar que “vai demorar muito e você vai pedir a faca”. Sem falar que “uma fulana se rasgou toda e hoje manca”. “Você é doida?”. “Não faz isso não!”. “A pior hora é essa, a de sair”. MEU DEUS!

A mãe da minha bisavó, que teve mais de 15 filhos pela vagina em 1900 e poucos, manda beijo do além para cada uma de vocês que me contam histórias de terror. Minha bisavó teve 03 partos via perereca, sendo o último de GÊMEOS em 1940 e poucos, também manda beijo do além. Minha vó paterna só não manda beijos porque ela está viva e não sabe deste blog, assim com minha vó materna e as avós do meu namorado, que também não sabem deste blog, mas se soubessem mandariam milhõõõõõõõõeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeesssssssssssss de beijos para cada história de terror que saem da boca das pessoas. Juntas, somam mais de 10 partos normais na fazenda ou em casa mesmo, com parteiras e sem parteiras (bebês apressados). E melhor! Juntando as vós lá do além, são mais de 25 partos. E deu certo naquela época onde era tudo mais precário.

Há riscos? Sim! Tanto em uma cesárea quanto em um parto normal, há riscos. E toda mulher tem o direito de escolher como parir. Se tem mulher que quer cesárea, ok. Se tem mulher que quer normal, ok também, sem surtos! Vai que a mulher que escolher o normal acaba tendo uma cesárea por forças maiores, né? Ok. Vai que uma que quer cesárea acaba tendo normal porque não deu tempo. Ok. Ok para todas! Sem palpitar, sem contar historinhas de terror e sem falar “eu bem que avisei da história da prima da minha vizinha”.

Então decidi TENTAR não dar ouvidos e TENTAR não argumentar contra as histórias de terror. TENTAR. E, olha, o parto é meu e da Alice, o que tiver de ser será, o que a Alice escolher, será. Não sei mais o que eu quero, se eu souber, não interessa pra ninguém. Não responderei mais que pretendo parto normal. Não responderei nada, nem a famosa frase “Vai ser a vontade de Deus” eu falarei. Chega. Se alguém me parar na rua e perguntar, não ouvira nada, apenas grilos ao fundo.


E para comemorar a chegada da 33ª semana com muita saúde, fotinhas (pra ver maior, só clicar nas fotos):

Segundo o site Baby Center, é mais ou menos este o tamanho da Baby. Ela deve estar MUITO
amassadinha aqui dentro.

Muito séria.



Pais da Alice.


Fotos: Marco Túlio, o pai.
Modelo: Eu, a mãe com barriga de 33 semanas.
Apoio: Abacaxi, comido logo em seguida após aquela foto.

terça-feira, 9 de julho de 2013

31 semanas e 4 laranjas

Diz o Baby Center que agora o bebê tem em torno de 41cm e ocupa um espaço de 4 laranjas grandes. E diz também que os movimentos começam a ficar mais calmos, o que não é o caso da Alice. A Alice aqui dentro adora fazer movimentos agitados, mesmo na reta final.

Reta final... Mas já? Ainda parece distante ter um bebê em casa, apesar de que nas últimas semanas os sonhos com crianças começaram a ficar frequentes. Já estão mais normais, mas não são necessariamente meus filhos. É menininho, é menininha. É bebê, é criança. O último sonho foi o do parto: Acordei no meio da noite para fazer xixi e comecei a parir e a gritar para o pai do Baby pegar a câmera, mas ele não me entendia. Depois mudou e eu fiquei rapando águas de vários lugares (tipo chão de cozinha todo molhado, chão da sala todo molhado) o resto dos sonhos.

Reta final e dores nas costas aumentando, dores na bexiga incomodando e dores no intestino. Olfato sensível novamente. Porém, mais animada que no começo da gestação.

Estar grávida, para mim, está sendo bem legal. Algumas pessoas estranham minha falta de expectativa e “muito amor”, mas é que eu fico na base da realidade e não da ilusão. Os 4 primeiros meses foram ruins. Passei muito mal, senti raiva dos sintomas (mas nunca do embrião que se tornava feto), das pessoas, vomitei, tive nojo de tudo, não gostava mais de sexo, sentia que não era mais dona de meu corpo, da minha sensualidade que estava perdida. Por volta do 5° comecei a melhorar e tudo começou a mudar. Sorte, porque foi na época que me mudei para minha casa com o namorado. Faxinei, fiz mudança, arrumei casa, o corpo estava bem, já sentia o bebê mexendo um pouco, mas o humor não tava legal. Deixei para ter alguns surtos sozinhas para evitar espantar o namorado, que quando mastigava e engolia a comida, eu tinha vontade de sair chorando da mesa por causa do barulho irritante que eu ouvia de sua mastigação.  E foi aí no 5°, 6° e 7° mês que deu pra voltar a gostar de sexo. Minha bunda começou a ficar mais firme, olha só, bem mais bonita. A barriga estava ganhando uma forma de barriga de grávida, a bebê interagindo cada vez mais, os seios doíam só de vez em quando, tudo indo bem, humor melhorando e a paz reinando no lar.

E agora, do meio para o final do 7° mês, os incômodos aumentaram. Os seios, tenho a impressão de que já são únicos e exclusivamente feitos para a Baby 4 Laranjas. Além da sensibilidade neles, é só eu e o namorado começarmos a dar uns “amassos” e o clima esquentar que ela chuta e remexe no estilo “oi-a-mãe-é-minha-e-você-aí-é-meu-pai-que-só-serve-para-conversar-comigo-e-mais-nada-sai-daí!”. Para andar está muito, muito difícil. Eu, que já tinha lordose, estou com a coluna toda desmontada. Dói do meio das costas até o cóccix e na frente do pé da barriga, passando pela virilha, até um pouco acima do joelho.
E no meio disso tudo, eu e Alice nos tornamos uma só. Agora já entendo sua interação dentro da minha barriga (tenho certeza que não são gases), conversamos via telepatia (sou mais moderna e pulei a fase de falar com a barriga), ela só gosta de quem eu gosto (não sei explicar, mas eu sei disso) e ela é minha e eu sou dela porque nós somos uma (sou egoísta mesmo e sempre serei).
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Pensando no lado lindo e no lado dolorido da gravidez, resolvi fazer um ensaio fotográfico mostrando a parte da nossa luta diária de grávida. Procurei uma lanchonete tradicional daqui da minha cidade, chamei meu personal fotógrafo/namorado/pai da Baby e representei, através de uma garçonete grávida, as dores de cada dia, o esforço de cada minuto, a preocupação financeira de cada semana e o prazer de ter um ser humano crescendo dentro do útero. Taí (só clicar nelas para ampliar):













Fotos: Marco Túlio, o pai
Modelo: Eu, a mãe com 29 semanas de barriga
Local: Café Central - Ituiutaba/MG