segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Frutos e pragas - o que colhi e o que luto contra

Estamos aí, com 11 meses e meio e eu tava fazendo um balanço das escolhas que eu fiz - e consequências delas - desde quando engravidei e me tornei mãe na prática.

Eu sempre li muito sobre maternidade, estudei, vi pesquisas, busquei ver lados opostos, lados similares, etc. Aí engravidei, estudei mais ainda e passava tudo pro Marco Túlio, cujas opiniões batiam e batem com a minha. Então foi fácil seguir nossos instintos e vontades e traçarmos um caminho a seguir. Se o pai da criança está de acordo com você, se vocês chegam num equilíbrio, tudo tende a fluir muito bem.

Aí eu tava vendo tudo que esse caminho me trouxe e perto de nós 3 completarmos 1 ano de nova vida, vi que colhemos alguns frutos. Mas também enfrentamos muitas pragas.

Dos frutos:

- Aguardar entrar em trabalho de parto para que Alice nascesse quando quisesse: foram umas 12 horas de contrações doloridas. Fui para a cesárea quase parindo e o resultado foi um bom amadurecimento dos pulmões dela, graças às massagens das contrações. Ajudou muito na descida do leite.

- Falando em leite, depois das dificuldades (onde cheguei a ter momentos em querer desistir), consegui amamentar até aqui e pretendo continuar. Aprendi que a GRANDE vacina que iria prevenir Alice de doenças seria o meu leite. Li que o GRANDE causador de alergias, entre elas pulmonares, em crianças é o leite de vaca (leia-se NAN e similares). Então eu mentalizava a cada amamentação - e faço essa mentalização até hoje - que estava passando cura para tudo naquele líquido. Coincidência ou não, Alice nunca resfriou, gripou ou teve algo parecido. De doencinhas ao longo de seus quase 12 meses, teve infecção urinária, vômitos aos 5 e aos 11 meses e 1 dia de diarréia. Como eu li que bebês, inclusive os amamentados exclusivamente, podem ter até 10 resfriados no primeiro ano de vida, esperei por eles e me surpreendi que não teve nenhum!

- Dessas doenças, eu e o pai dela pegamos uma forte gripe e ela nada. Sarei rápido, logo eu que gripava umas 3 vezes por ano. Coincidência ou não, mudamos a alimentação desde gravidez. Claro, não somos radicais - se tiver sorvete e chocolate aí, pode trazer que como um tanto bom -, mas por conta da Alice, aprendi a valorizar cebola e alho, redução do sal, do açúcar e deixei de beber refrigerante. Acredito que parte do sucesso com amamentação e saúde da família foi fruto de hoooooooooras na cozinha fazendo nossa própria comida. Bronquite? Bronquiolite? Pneumonia?  Nunca passaram perto, desde que vi um vídeo com umas mulheres naturebas dando o seguinte recado: "pense 2 vezes antes de culpar clima, germes e vírus quando seu filho, que consome açúcar e industrializados estiver doente". Ah! E olha, nunca na vida foi tão fácil emagrecer sem precisar me enfiar numa academia ou comer coisas diet.

- Cama compartilhada e berço ao lado da minha cama me descansaram daquela coisa de ter que levantar de noite e me trouxeram cura de angústias. Tem bebês que dormem a noite toda sozinhos, desde pequenino. Alice não é desses. Ela é desses que geralmente acorda de 2 em 2 horas desde sempre hahahaha. Então só esticar o braço pra ninar ou pra pegar e amamentar é muito bom. Me deixou mais feliz. E quando ela vomitou e engasgou, bem pequenininha, sem ainda conseguir se virar, eu ouvi na mesma hora, pois ela estava do meu lado. Durante o dia, dorme no quarto dela, mas a noite é minha e eu faço questão porque eu gosto e me sinto segura.

- A TELEVISÃO. Sou dessas contra. No que eu puder fazer para evitar que Alice fique na frente da TV para se distrair, eu farei. Já fiquei exausta, já cheguei a ligar, já delirei com TV, mas o problema é o seguinte: Bebês cansam a gente e como uma amiga (Mari dos States) comentou, a gente apela pra TV, but TV não acrescenta na-da. Mas cuidar da casa, roupa e comida é o que cansa mais e a gente confunde achando que é o bebê o "problema". Então, com muito custo e muita força de vontade, lutei contra a preguiça que tomava conta de mim e passei a deixar Alice passear na grama, terra, praça, e se sujar. Tirar a televisão emagrece mãe também, sabia? No lugar dela, tem mãe inventando brincadeira de dançar, de cavalinho, de engatinhar junto, de sentar e levantar e levar pra passear. Sem falar que desenvolve bastante a criatividade materna e paterna, pois é preciso inventar a cada 5 ou 10 minutos algo novo. Alice tem se desenvolvido muito bem e sua imunidade, espero eu, deve estar altíssima com tantas folhas e terras comidas hahahahaha oh, céus!

- Quarentena que durou uns 7 meses. Assunto íííntimoooooooooooooo. Mas nem sou dessas cheia de tabu, e como sei que muitas mães PRECISAM ver que não estão sozinhas, vou falar uma coisa: se já tem aí uns 8 meses que você não sente nenhumazinha vontade de transar, amiga, aproveite! Não se preocupe, não compre coisas no sex-shop, não faça curso de massagem erótica e não se culpe se tem vontade de fugir do marido quando parece que ele tá querendo algo além de um abracim. Os frutos que colhi foram: entender meu corpo, conhecer melhor o companheiro que acima de tudo me respeitou e muito, descobrir que calma é sinônimo de qualidade, que a gente reaprende muito e começa a se conhecer de uma outra maneira e que de repente, quando volta um desejo, somos muito mais maduras e tudo fica bem melhor. O meu relacionamento ficou bem melhor, porque vi que tinha um amigo calmo, cúmplice e pai paciente ao meu lado.

- A calma. Mesmo em meio a febre alta e vômitos, manter a calma, contar até 26 e tentar ouvir meu interior. Muitas vezes internamos nossos filhos sem real necessidade, trazemos mais infecções e aumentamos problemas. Sim, já levei correndo pra hospital e já liguei de madrugada pra pediatra. Mas vi que se eu tivesse só dado o peito, teria sido bem menos estressante. E, como a doida-do-peito-sagrado-curador, tudo que Alice tem, boto no peito e resolve. Vai entender.

As pragas:

- Ficar pesquisando receitas saudáveis e errar, porque eu nunca tinha cozinhado na vida, não é tão legal. Lutar para não cair no industrializado é difícil. Então tive grandes momentos frustrantes, de estresse e de ódio e muita comida jogada fora e perdida na geladeira. Por mais que lute contra jogar comida fora, há sempre comida para jogar fora.

- Deixar de fazer algum programa ou não poder participar de uma conversa por causa da amamentação ou porque tenho que ficar correndo atrás da Alice às vezes é ruim, pois sinto saudades de sentar e papear sem mais nada pra pensar. Então fica uma praguinha na cabeça martelando coisas ruins. Mas não deixo tomar conta porque sei algo muito bem: vai passar e vai valer a pena.

- A criatividade esgota, o bebê cansa, fica enjoado, a gente não sabe mais o que fazer, é choro, é gritinhos e é aquele pensamento: será que tô fazendo tudo errado? Será que estou sendo injusta em não querer ficar aqui sentada para brincar com ela? Será que tenho o direito em querer sair ou ainda não é a hora? E a indecisão toma conta e o baixo astral pega de jeito e a gente desiste de ter mais filhos e chega a desejar para que cresça logo e "eu volte a ter muito tempo pra mim". Então o bebê dorme, é algo lindo de admirar, tudo passa, você sente culpa atrás de culpa e promete melhorar depois que o bebê acordar. O bebê acorda lindo, sorridente, fofo demais, você vê que é a melhor coisa, passa uns minutinhos amassando a cria, vai trocar a fralda e começa uma gritaria e começa tudo de novo: onde tô errando? Não quero mais filhos. Não tenho tempo pra mim,... hahuahuahuhaahahahahah ô pragaaaaaaaaaaaaaaaaaaa essa bipolaridade!


Há muitos frutos e muitas pragas. Todo dia, toda hora. Mas esses que pontuei foram os mais marcantes para mim, porque envolvem questões pessoais, promessas de mim para mim. Sei bem o quanto é difícil cuidar sozinha de tudo e entendo perfeitamente quem recorre à televisão. Ou quem recorre a uma adoçada na comida só pra ver o bebê comer tudo e ganhar peso, pois a pressão é grande. Porém, eu não quero isso em minha família e ao mesmo tempo nunca direi nunca. Cada uma é cada uma. Tô aqui, com esse post, para mostrar que é possível certos sacrifícios durante 1 ano e que valem a pena. Espero que ninguém jogue praga e que a Alice não pegue o maior resfriado do ano, que fique internada e que passe 3 horas vendo Galinha Pintadinha.

Grande parte dessas conquistas foram graças ao meu esforço a ao apoio de toda a família. Ser mãe sozinha não dá certo, pelo menos pra mim. Ajuda é a melhor coisa que existe e quando preciso mesmo, eu aceito.

Espero que um dia, daqui muitos anos, eu releia isso tudo, todo esse blog cheio de desabafos, de erros, de acertos, relatos de privações, relatos de novas liberdades e veja que tudo realmente valeu a pena.


Dizem que vale.









sábado, 2 de agosto de 2014

11 meses, 11 meses, 11 meses

                                                           Alice em seu escritório


GENTE! Nossa.... ela completou 11 meses! Olhaí onde chegamos.
Esse décimo mês dela foi bastante nostálgico. Cheio de lembranças dela recém nascida. Fotos, vídeos, toda hora a gente tava vendo algo, relembrando coisas....

E nisso, Alice:
- Aprendeu a tirar e colocar coisas dentro de outras.
- Ficou em pé sozinha por alguns segundos algumas vezes.
- Teve umas crises tipo de TPM. Começou a ficar brava, protestar, fazer broncas com birrinhas e choros...
- Gengiva de cima rasgou com 2 dentinhos prontos para crescer. E agora um saiu pela metade, resultando uma neném de 3 dentes.
- Não gosta mais que as pessoas vão embora. Tem vez que eu só fecho a porta e ela parece achar que alguém foi embora e faz chorinhos.
- Quer abrir as portas, inclusive colocar chave na fechadura.
- Ranca meias e sapatos e começa a tentar colocar. Chega a ficar brava e apelar.
- Adora dançar e cantar em sua linguagem.
- Continua a falar "ô" de "alô", sempre pondo algo na orelha e "mamamá" "mamamã" pra mamar. E várias sílabas durante o dia.
- Acorda muuuuuuuuuuuito de noite, incomodada. Vai pro peito e dorme na hora.
- Algumas noites tivemos que sair com ela de carrinho pelo quarteirão pra ela dormir.
- Só quer comer com as mãos. Começou querendo pegar a colherzinha, agora é só com as próprias mãos. Se oferecemos, vira a cara. Tem vez que aceita de outras pessoas, desde que não seja eu, a comida via colherzinha.
- Só quer comer se for algo mais seco e durinho. Mamão que ela amava, põe na boca e cospe ao sentir a textura.
- DETESTA qualquer tipo de cadeirinha que fique no carro. Não é fã, de maneira nenhuma, de passear de carro.
- Continua batendo palmas, dando tchau, apontando pra tudo quanto é coisa e dizendo "ó".
- Começou a tentar morder. Geralmente depois de ganhar beijos.
- Agora para cortar sua unha, é preciso muito teatro.
- Desde os 5 meses a troca de fraldas tem sido difícil, mas agora é tipo guerra.
- Esperneia pra ir pro chão e sair engatinhando.
- É louca com o escritório aqui de casa. Sabe que não pode entrar, pois é cheio de fios e tem o computador, então protesta para poder entrar.
- Gosta de andar com a gente segurando suas mãozinhas.
- Está tendo uma risadinha diferente.
- No finalzinho do décimo mês tem gostado de uma bonequinha, com direito a sorrisos e abraços na boneca.
- Está bem carinhosa.
- Tantas mudanças.... desenvolveu muito rápido.


E aí a vida tá indo, ela aqui no nosso ritmo e a gente no dela. Tivemos momentos bem cansados, porque às vezes é difícil entender tantas mudanças e não conseguimos compreender o que acontece com nossos bebês. Percebi que Alice ficava bem nervosa dentro de casa e comecei a passar umas tardes na minha avó e o estresse dela sumiu 100%. Novos espaços para explorar, plantas, passarinhos e ela voltou a ficar em paz. Eu e o pai dela estávamos bem cansados dos gritos e aí muda um detalhe e tudo melhora.
Não sei, mas acho que não existe nada intenso como a maternidade/paternidade. É aí que a vida começa MESMO. É aí que começamos a deixar de lado o egoísmo que a gente nem sabia existir dentro do nosso peito. É muito estranho, não sei nem explicar. Agora rumo aos 12 meses!





Feijão com orégano e azeite. 



Flagra: Acordou e ficou brincando.